Para o grande pensador alemão Karl Marx, autor, junto com
Engels, de O Capital e O Manifesto do Partido Comunista, liberdade é a possibilidade de escolha entre alternativas
concretas. Não me venham com aquela cantilena puída de que vivemos em um
país livre, democrático, em que todo o cidadão tem o pleno direito de escolha e
de acesso, e que, para tanto, basta desejar. Entre desejar e realizar existe um
abismo chamado desigualdade social. Enquanto o pobre deseja viajar a Paris e um
dia entrar na universidade, o rico realiza, eis que lhe são concretas tais
alternativas, enquanto que, para o pobre, resta a liberdade de sonhar com
possibilidades impossíveis. E há momentos em que a falta de consciência e de
cultura é tal que, ao pobre, não sobra sequer o desejo de realizar. Esterilizar
o desejo é o ápice do despotismo, é sonegar ao ser humano até mesmo o direito
de sonhar. Liberdade sem possibilidades concretas é a face moderna da escravidão.
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