O termo DITADURA DO PROLETARIADO, cunhado por Joseph
Weydemeyer e adotado por diversos autores, mormente por Karl Marx e Friedrich
Engels, embora polêmico e contraditório ao primeiro contato, é facilmente
compreensível. Em que pese a imagem que esta palavrinha assustadora – ditadura!
– instantaneamente nos sugere, há que se debruçar com um tanto mais de apuro
sobre o significado da tal DITADORA DO PROLETARIADO.
Aos desavisados – a grande maioria – a expressão representa
uma grave mácula no ideário comunista. Lá pelas tantas, o neófito marxista
depara-se com o termo DITADURA em meio ao jardim florido da utopia comunista e
se assusta! – Como assim, DITADURA???, indaga-se com profundo desapontamento.
Para os sofistas, o termo DITADURA DO PROLETARIADO expressa o
conceito que faz cair por terra a teoria comunista, e o guardam astuciosamente sob
a manga para, no momento oportuno, lançá-lo ao debate para desqualificar os argumentos
pró-socialistas: “o socialismo nunca será democrático, pois adota por preceito
basilar uma DITADURA, a ditadura do proletariado.”
Pois bem, analisemos.
No sistema capitalista, prevalece o que chamamos de Ordem
Burguesa, na qual a burguesia, valendo-se de seu poderio econômico, apropria-se
do Estado e o faz motor de seus interesses, em evidente prejuízo ao trabalhador
que, além de não possuir os bens de produção, não conta com sua tutela.
Podemos, com um mínimo de boa vontade, chamar esse cenário de DITADURA BURGUESA
ou DITADURA DO CAPITAL.
Em contraponto a isso, o socialismo, enquanto fase inferior
do comunismo no processo de evolução social, defende a DITADURA DO
PROLETARIADO, que nada mais é do que o trabalhador protagonizando a sua
libertação através da apropriação do Estado pela via revolucionária, fazendo-o
servir aos seus propósitos, que são a extinção total da burguesia e a promoção
da igualdade social.
Pode-se comparar didaticamente a expressão DITADURA (poder)
DO PROLETARIADO (povo) com o termo DEMOCRACIA, cuja origem etimológica provém
do grego: dêmos (povo) e kratía (força, poder).
Portanto, o socialismo, assim como o comunismo, traz a
democracia em seu gene, e em nada se assemelha ao despotismo das ditaduras por
que passamos no século XX, inclusive aquelas ditas comunistas, que, em verdade,
promoveram a sua mais perfeita e abjeta antítese.
Não nos confundamos mais.
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