domingo, 14 de junho de 2015

OS CAMINHOS DE TODAS AS SEXTAS

Sexta-feira chuvosa
Hoje, não caminharei pelas ruas de Tramandaí
De mãos dadas, junto a ti
Hoje, em razão da chuva
E do adiantado da hora
Ficarei em casa
Lamentando o “lá fora”
Pela janela
E vociferando através dela
Sem te deixar dormir

Hoje, não vou ao encontro do sal
Que a chuva lavou, diluiu, dissipou...
Que a chuva usurpou-me
Terei apenas o sal
Que, a mando do mar
O vento me trouxe
De contrabando
Por cima das nuvens

Hoje é como se fosse
Um dia qualquer
Numa cidade qualquer
Distante do mar
Sem sal e sem os caminhos
De todas as sextas

Hoje, não vou caminhar
Os caminhos de todas as sextas
A noite está-me indigesta
A chuva estragou-me a festa
E até a cerveja me está repugnando

Hoje, sexta-feira de chuva
Não saio
Não salgo a alma
Fico aqui lastimando
A falta de sorte

Hoje estou meio sem norte
Tramandaí
Sem sal, sem ruas
Sem os caminhos de todas as sextas!
Não!
Prefiro a morte.

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